terça-feira, 25 de maio de 2010

9º Capitulo

Eram oito e vinte e cinco, e meus olhos abriram lentamente, seguido de um breve sorriso, e um pensamento logo foi em mente 'É hoje, é hoje! Eu estava muito animada, fiquei alguns minutos deitada pensando em como seria esta noite, delirante. Logo, levantei e fui direto ao banheiro, escovei meus dentes, me olhando no espelho, e sorrindo sem parar. Desci para a cozinha, e lá estavam meus pais, que em seguida já saíram. Tomei apenas um gole de café, e não comi nada. A ansiedade me impedia de me alimentar direito. E essa hora que não passa nunca... Tomei um banho, liguei meu computador, e resolvi uns problemas com minhas amigas que iriam comigo. A Sophie e a Allison nem iam mais, pois elas estavam de castigo, os pais dela foram chamados na escola, mas no final, elas conseguiram convencê-los. Fui almoçar com minha família em um restaurante, e mais uma vez, não comi quase nada. Mas eu continuava super ativa e ligada, eu precisava que o tempo colaborasse comigo.
Depois do almoço, meus pais saíram e meu irmão também. Fiquei sozinha em casa sem nada pra fazer, isso só aumentava ainda mais a minha ansiedade. Para a minha distração, Lauren me ligou e ficamos horas conversando no telefone, e assim passei um bom tempo distraída. Em seguida, fui arrumar meu cabelo, e assim o tempo passou mais rápido ainda. Quando notei, minha mãe havia chegado, e já eram 6 horas da tarde. Então fui tomar banho, e logo após minha mãe grita:
- Filha, vem comer alguma coisa! – ouvi sua voz vindo lá da cozinha.
- Não mãe, já comi de tarde! – menti.
Eu não conseguia colocar absolutamente nada na minha boca, era impossível eu tentar comer algo naquele momento. Eu só conseguia pensar em uma coisa, Elliot.
Então me vesti e passei maquiagem, muita maquiagem. Eu não estava acreditando que já havia chegado a hora. Minhas amigas foram chegando em casa, e nós fomos nos arrumando juntas.
Prontas ou não, estávamos partindo. Então metade das meninas que estavam em casa foram no carro de uma amiga, e metade no meu carro. No caminho até o evento, minhas amigas não paravam de falar nem um segundo, todas alegres, e só eu no canto olhando pra janela, quieta. Eu estava muito concentrada, aflita e ansiosa.
Quando chegamos lá, ficamos esperando um tempinho até as garotas do outro carro chegarem. Entramos e ficamos no corredor, e eu toda hora olhando para o meu celular. Eu não o-encontrava em lugar algum, então resolvi mandar uma mensagem para ele. A coragem parecia não querer surgir, e eu ficava naquela duvida, se mandava ou não, até que as outras garotas chegaram, e lá me distrai um pouco. Então mandei uma simples mensagem ‘Vai vir?’. Coloquei o celular no bolso, e entramos, estava muito lotado, e tudo escuro, não dava pra ver nada mesmo, só um monte de pessoas. Encontramos mais algumas amigas, e eu ficava olhando para todos os lados, e pegava meu celular sem parar, mas a mensagem não foi respondida.
Se passou algum tempo, e já eram por volta das 9 horas. Alguns garotos vinham falar comigo, mas eu tratava eles mal educadamente. Quando de repente uma amiga minha chega do nada e fala
- Brooke, eu vi ele, o Elliot! Ele está aqui.
Então eu entrei em desespero e imediatamente falei:
- Onde? CADÊ? Onde ele está?
Fiquei olhando para todos os lados, e ela disse:
- Não sei, olhei pra cara dele e ele saiu andando e sumiu, tentei te ligar mais você não atendia o celular. Vem cá, vamos procurá-lo.
Então fiquei andando o local inteiro, dei voltas e mais voltas e ele não estava lá. Em nenhum lugar. Onde é que ele se meteu? Eu chegava a ficar arrepiada só de pensar que eu estava próxima de reencontrá-lo.
Então minha amiga ligou para ele e uma jovem atendeu e disse 'Ele saiu de casa faz uns 15 minutos.' Ou seja, tudo indicava que ele já estava lá mesmo. Mas após horas, minhas chances foram diminuindo, e eu resolvi parar e procurá-lo.
Então fiquei parada, pensando... Aliás, um dia ele ia aparecer. Então encontrei o Joe, que era amigo dele também, fui falar com ele:
- Você viu o Elliot por aí? Ele disse pra mim ontem que vinha, e minha amiga disse que viu ele por aqui .
Joe fez uma cara de assustado e falou:
- Oxx, ele disse pra mim hoje a tarde que não viria mais.
Meus olhos lacrimejaram, e eu fiquei mais pensativa do que nunca. Minha amiga havia visto ele... Será que ela o confundiu com outro? Permaneci a noite inteira quieta, andando, querendo ficar sozinha.
Eu estava decepcionada. Então a noite foi passando e Allison beijou um garoto, e depois disso não a vi mais. O mesmo aconteceu com a Sophie. Parei num canto e lá fiquei, a festa foi se acabando... O pessoal foi indo embora. E a ficha ainda não havia caído para mim. Uma noite tão esperada pra mim, fiquei noites sem dormir. E como ele pôde fazer isso comigo? Sem ao menos me avisar que não viria... Nenhuma lágrima se quer saiu.
A festa acabou, meus pais vieram me buscar. No carro, estavam todas felizes, e eu fiquei o tempo todo em silêncio, encostada no vidro, simplesmente DECEPCIONADA. Como? Por que comigo? E então comecei a passar mal, acho que pelo fato de eu não ter comido nada o dia todo. Meu estômago foi embrulhando, eu fiquei tonta, estava morrendo de calor, além da noite, estar muito fria. Segurei-me, cheguei em casa, e nem pensei em comida, fui direto para meu quarto. Fechei a porta lá fiquei, sentada no chão, com a cabeça baixa, paralisada. Não conseguia pensar em nada, suspirei fundo, e lá fiquei durante alguns longos minutos, eu estava inconformada. Eu fui muito boba, mais uma vez. Eu estava tão animada, a semana toda... E no fim da noite, só me restaram lembranças de mais um pesadelo que não tem fim. Tirei toda a minha roupa, lentamente, e deitei na cama, sem ao menos tirar a minha maquiagem, eu não me importava em como iria acordar no dia seguinte, alem do mais, não queria nem que o próximo dia chegasse, queria dormir eternamente aquela noite.
Sem ao menos perceber, dormi num piscar de olhos, meus sonhos foram longe de comum, sonhei com garotos do passado, amores não correspondidos. Foi algo realmente irreal, e muito estranho. No dia seguinte, estava nublado, era um dia como qualquer outro acordei pensativa, e muito quieta. Passei a tarde inteira em casa, nada iria me fazer reanimar, ele ficou online, e nem se quer me deu um OI. Ele sempre vinha falar comigo. Nem uma explicação qualquer, aliás... Não havia explicações. E o mais estranho foi, que nenhuma lágrima se quer escorreu de meus olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário